Grimório – Introdução na Quimbanda

Descrição

Quimbanda de verdade exige muito dos(as) adeptos(as). É uma mudança de percepção do mundo carnal e espiritual, é a aniquilação das futilidades e a exaltação da Verdade, é a valorização de cada animal imolado, cada gota de sangue que escorre pela lâmina em prol de alguma meta. Conhecer a própria sombra e dela retirar as luzes necessárias, os feixes que não mais nos cegam diante aos horrores da ilusão material.
O deboche e o sarcasmo existem dentro da Quimbanda, mas não deveriam ser usados como maneiras de desmerecer os antepassados e seus legados.
Quimbanda só pelo(a) quimbandeiro(a), nada mais.
Os antepassados nos deixaram legados que devem ser honrados, pois sem honraria todo sofrimento que passaram ao longo de suas existências espirituais terá sido em vão. Os caminhos espirituais percorridos pelos antigos não são apenas “caprichos”, mas marcas profundas no corpo e na alma reconhecidas pelos vivos e pelos mortos. Cada ritualística, reza, mistério e conhecimento contido nesses legados formou clãs/famílias espirituais que se amparam independentemente de estarem vivos materialmente, portanto, para honrar os antepassados, em primeiro lugar devemos vivenciar suas experiências espirituais para que nossas próprias pegadas possam ter a capacidade de eternizar o caminho.
Hoje existe um crescente discurso de que espiritualidade e religiosidade caminham separadas, entretanto, isso é apenas uma desculpa egoica vinda daqueles (as) que não suportaram e honraram as trilhas ancestrais. O Ego é a grande barreira para que as pessoas aprendam a abaixar a cabeça, ouvir e receber o que é necessário. A religiosidade tornou-se obsoleta para muitos, pois exige disciplina e comprometimento e no atual momento, as pessoas não aceitam mais se submeter à determinados processos e creem ilusoriamente que podem alcançar sozinhas o que nossos antepassados vivenciaram em grupo. Existem momentos em que a necessidade e a coragem de se conhecer profundamente exigirão atos individuais. O “mergulho” para dentro de si é um contínuo processo iniciatico, mas isso JAMAIS invalidará o conhecimento religioso ancestral, ao contrário, fará com que o processo se torne ainda mais valoroso.
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